Iansã Borboleta
Roteiro Podcast Iansã Borboleta
Ouça o primeiro episódio do podcast:
Roteiro Iansã Borboleta
Iansã, também conhecida como Oyá, é a divindade guerreira das tempestades e furacões. É uma orixá que tem poder sobre o fogo e sobre o vento. É também uma das companheiras de Xangô. Xangô, por sua vez, é o orixá da justiça, forte guerreiro que controla os raios e trovões e solta fogo pela boca. À primeira vista, nos parece um casal perfeito não é mesmo? No entanto, tanto Iansã quanto Xangô possuem temperamentos fortes, são guerreiros em sua essência, e por isso brigavam constantemente. Você consegue imaginar uma discussão calorosa entre duas divindades que possuem poder sobre tempestades, raios, trovões e sobre o fogo? Realmente, quando esses dois se enfrentavam o mundo todo poderia ficar em perigo.
Certa vez, Iansã, que não leva desaforo para casa, andava em pé de guerra com o grande Rei Xangô, pois há tempos, este procurava diversão fora dos limites de seu palácio. Quando Iansã saía do sério, se transformava num enorme búfalo, com seus chifres e coices quebrava e destruía tudo ao seu redor, no entanto, de nada adiantava, pois Xangô era tão forte que a dominava. Sendo assim, Iansã começou a pensar numa forma de vencer de uma vez por todas suas brigas com Xangô. Então resolveu pedir a ajuda a um outro Orixá, Exú:
“Exu, meu amigo, por favor me ajude. Não aguento mais as brigas com Xangô! Quero uma poção que faça com que nunca mais seja dominada por ele”!
Exu é o orixá mensageiro, um grande e esperto brincalhão, mas também um grande conhecedor de feitiços e poções mágicas. Então ele disse a Iansã:
“Iansã, minha querida Oyá, vá até a floresta e colha um punhado das ervas que te descrevo, assim que terminar a tarefa, traga tudo para mim”.
Assim Iansã fez. Exú preparou uma poderosa poção e mandou que Iansã tomasse. Imediatamente o encantamento fez efeito e Iansã se transformou em uma linda borboleta.
Xangô ficou enfurecido e revoltado soltando raios e trovões com o desaparecimento de sua indomável esposa, enquanto ela, em sua forma de borboleta, observava tranquilamente tudo lá do alto. Assim que os ânimos se acalmaram, Iansã voltou a sua forma de Orixá perguntou a Exú:
“Por que me transformasse em uma borboleta e não em um animal ainda mais forte e feroz que um búfalo”?
Exu lhe respondeu:
“Iansã, você já é uma guerreira, estando furiosa como vento, você arrasaria o mundo em um poderoso vendaval. Como raio, você acabaria com as aldeias. Como fogo, você destruiria o mundo num incêndio. Como um animal violento nunca conseguiria vencer a Xangô. Porém, como borboleta além de manter suas cores e perfumes, você também será capaz de voar com suas asas ao sabor do vento. No momento em que você e Xangô se enfurecerem, voe para longe com suas asas de borboleta. Nem sempre é necessário enfrentar um campo de batalha com força e violência. A coragem e a bravura também podem estar na paciência e na delicadeza de uma leve borboleta”
TRILHA SONORA INICIAL
https://www.youtube.com/watch?v=kZqTNCDTO-Q
TRILHA SONORA FINAL
ATIVIDADES
1) Depois de ouvir com atenção o podcast, escolha um dos personagens da história e o represente aqui como você o imaginou. Você pode usar canetinhas coloridas, giz de cera, lápis de cor, colagens variadas. Seja criativo(a)! Em seguida, nas linhas abaixo, escreva porque fez essa escolha.
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CAROS PROFESSORES
OBJETIVO: Proporcionar a associação entre o modelo exemplar mítico e o estudante através de uma expressão artística (desenho/ilustração).
Essa atividade contempla a camada psíquica do mito que possibilita a identificação pessoal do estudante com um dos personagens míticos (arquétipos, modelos, símbolos) a partir de suas características mais ou menos evidentes. Essa livre associação é expressa através de sua imaginação e criatividade, fortalecendo os aspectos positivos desses modelos exemplares e possibilitando a nós, professores, que conheçamos mais sobre cada um dos nossos alunos.
A atividade também poderia ser realizada através de outras formas de expressão como: a encenação dos personagens, a construção de bonecos, miniaturas ou esculturas. É valido o diálogo com o professor de artes para promover a interdisciplinaridade nessas propostas.
2) Você já viu aquelas tirinhas de histórias em quadrinho que aparecem na última página dos gibis? Geralmente, são três quadrinhos contendo início, meio e fim de uma história bem resumida, mas que fica bem compreensível em apenas três episódios. Agora é sua vez de criar uma tirinha! Depois de ouvir o podcast crie sua versão da história em três quadrinhos. Você pode usar desenhos, colagens, balões de diálogos, onomatopeias, legendas. Seja criativo e bom trabalho!
CAROS PROFESSORES
OBJETIVO: Desenvolver a capacidade de recontar histórias fazendo associações entre tempos e espaços percebidos a partir de si mesmos.
Essa atividade está relacionada à camada do mito que proporciona o diálogo entre contador e o ouvinte de diversas formas e inúmeras vezes, já que o ouvinte também se torna um contador de histórias. Nesse processo a vivência vai se tornando experiência. Provavelmente, ao analisar as atividades prontas, com o que os alunos consideraram mais importante nos acontecimentos que se desencadearam no mito, será possível perceber que a estrutura mítica, em certo nível, não muda muito ao ser recontada, porém a maneira em que isso ocorre e se expressa é bem individualizado.
Outras opções similares a essa atividade poderiam ser: sentados em um grande círculo, os alunos recontariam a história como a entenderam. Os estudantes também poderiam criar seus próprios podcasts, criar uma charge ou produzir um vídeo recriando a narrativa mítica.
3) Na história da sua vida você já deve ter passado por alguma situação que gostaria de ter tomado uma poção como a que transformou Iansã em um animal. Em qual animal você se transformaria e por que? Pensando nisso, crie uma narrativa na qual você também seja um personagem da história. Ela dever ser “baseada em fatos reais”, mas você também pode soltar sua imaginação. Bom trabalho! (o formato pode ser em forma de texto ou áudio\podcast)
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CAROS PROFESSORES
OBJETIVO: Perceber a si mesmo como um agente histórico. Indivíduo que tem sua própria história. Proporcionar que o aluno vivencie sua própria jornada mítica.
Essa atividade se relaciona com a camada do mito que proporciona que o indivíduo o vivencie de alguma forma, contribuindo para seu desenvolvimento. No seu imaginário, o aluno se torna um personagem mítico, e experimenta sua própria jornada. Mas também traz suas memórias históricas pessoais, assim como suas relações com o presente. Quando o estudante escolhe e seleciona essas memórias ele dá sentido ao seu presente fazendo o papel de ‘historiador’ da sua própria narrativa. Uma sugestão interessante seria usar um desses aplicativos de edição de imagens, ou até mesmo fotos impressas e recortes de revistas, e criar seres míticos com as fotos dos próprios alunos e depois fazer uma exposição!
Exemplos:
4) O culto aos Orixás tem sua origem na África. No Brasil, foram os Iorubás que mantiveram essa cultura viva e, por isso, até hoje, narrativas como a desse podcast, são muito comuns na vida de muitos brasileiros como nós. Busque em um dicionário ou um site informativo o significado de “Iorubá” e escreva abaixo:
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Assim como Iansã, a história da África é repleta de exemplos de fortes mulheres guerreiras que também foram líderes de povoados ou Rainhas de verdadeiras Nações. Abaixo há uma lista com nomes dessas mulheres, escolha uma delas, realize uma pesquisa e nos conte porque ela é um personagem importante para a História. Depois use o verso da folha para representá-la com um criativo desenho.
Amina, rainha de Zazau (Zaria)
Nzinga, rainha de Ndongo e de Matamba
Yaa Asantewaa, rainha-mãe de Ejisu
Dihya (Kahina), líder militar e religiosa Imazighen
Ranavalona I, rainha do Reino de Imerina
Nandi ka Bhebhe, rainha-mãe do reino Zulu
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CAROS PROFESSORES
OBJETIVO: Trabalhar elementos da história africana. Trazer discussões sobre história e gênero.
Essa atividade contempla as camadas mais evidentemente históricas dos mitos. Trazendo questões como os grupos sociais que os originaram, as etnias, os diversos modos de vida de outras culturas e as assimilações entre elas. Com a realização da pesquisa sobre importantes mulheres africanas podemos trazer também questões de gênero e sobre diversidade e alteridade para serem discutidas em sala de aula a partir das informações coletadas pelos estudantes.